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WikiRebels - The Documentary (4/4)

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    A história de um quasi-romântico Pimpinela Scarlate correndo o mundo
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    na forma de Julian Assange dando ferroadas nas sombras do cyberespaço.
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    Tem um apelo, sabe, muito grande ...
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    Estou feliz de estar entre tantas pessoas que respeito.
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    Assange é uma figura midiática ideal. Ele tem sido representado
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    como o caubói solitário da era da informação.
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    [Homem] Você é o único que parece um anjo, um verdadeiro anjo.
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    [Assange] Eu?! Um verdadeiro anjo?!
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    Prêmios e elogios choveram sobre o Wikileaks.
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    Time Magazine incluiu Assange em uma pequena lista
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    dos homens mais influentes do mundo.
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    Vocês deveriam se lembrar das palavras de Soulzhenitsyn que diziam que
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    no momento certo uma palavra de verdade prevalecerá sobre o mundo.
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    Mas nem tudo está calmo no fronte do Wikileaks.
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    Assange está consciente de que o material sobre o Iraque
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    que logo será lançado
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    irá esquentar ainda mais os ânimos.
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    Em agosto ele viaja para a Suécia.
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    Ele vai em busca de um visto de residente para ter a proteção da melhor legislação do mundo
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    em liberdade de imprensa.
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    Após dias de especulação, o Partido Pirata anuncia
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    que está se responsabilizando pela segurança e gestão dos servidores do WikiLeaks.
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    [Repórter] Isso significa que o Wikileaks está se tornando mais sueco?
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    [Assange] Espero que sim.
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    A princípio, tudo vai bem.
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    Julian Assange é recebido de braços abertos.
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    Ele é convidado a participar dos principais partidos e sindicatos.
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    E há quem diga que ele deva receber o Nobel da paz.
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    Julian Assange agita a mídia em uma visita a Estocolmo.
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    Ninguém quer perder o homem por trás do site
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    que revelou em três anos mais do que todas as organizações de imprensa do mundo.
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    Alguns dias depois a cena muda completamente.
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    A justiça decidiu investigar Julian Assange...
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    Julian Assange foi interrogado na noite passada.
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    Autoridades suecas expediram um mandado de prisão para o fundador do Wikileaks, Julian Assange.
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    Ele é acusado de estupro e abuso sexual
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    Em 20 de agosto Assange é acusado de estupro.
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    O crime alegado é imediatamente divulgado em toda a imprensa.
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    Por trás das acusações há 2 mulheres que tiveram relações ocasionais com Assange.
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    As mulheres não fizeram nenhuma declaração em público,
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    mas o importante jornal vespertino Aftonbladet publica uma entrevista anônima com uma delas,
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    que declara que o que começou como sexo consensual,
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    logo se tornou o que ela considera um abuso,
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    mas ela não está com medo dele e ele não é violento.
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    Julian Assange, fundador do WikiLeaks e suspeito em um crime de estupro,
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    está comigo agora no telefone,
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    [Jornalista] Muito obrigado por falar conosco, Sr. Assange.
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    [Jornalista] O que você pensa disso?
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    Claramente é um tipo de campanha de difamação.
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    Bem, eu vim à Suécia como um refugiado,
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    um editor refugiado,
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    envolvido em uma batalha extraordinária de divulgação contra o Pentágono
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    onde nosso pessoal estava sendo detido,
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    em uma tentativa de me acusar por espionagem.
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    Portanto eu estou infeliz e desapontado sobre como a justiça Sueca foi usada.
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    Assange diz que nunca forçou ninguém a fazer sexo,
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    e que o judiciário sueco está sendo usurpado.
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    Ele alega que está sendo vítima de vingança pessoal e pressão dos EUA.
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    [Birgitta Jonsdottir] Isso incomodou muitos de nós que trabalhamos com a organização,
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    a forma como este caso foi confundido com o WikiLeaks,
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    a forma, com certeza
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    deve ter havido uma festa na Embaixada Americana na Suécia quando eles leram esta notícia.
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    "Sim, não precisamos fazer nada além de transmitir isso."
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    Mas qual seja a verdade, uma sombra tem sido projetada não só no nome de Assange,
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    mas também no do Wikileaks.
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    As alegações de estupro levaram a uma onda de protestos a favor do WikiLeaks.
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    o WikiLeaks se tornou uma sensação em razão dos dois últimos grandes furos de reportagem,
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    e os únicos vazamentos que foram veiculados pela grande mídia
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    que são o WikiLeaks contra os EUA ou Julian Assange vs o Pentágono.
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    Esse não é o objetivo do Wikileaks. É um site que busca todo tipo de vazamento de todo o mundo.
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    [Daniel Bormscheitt-Berg] Isso enfraqueceu a organização. É minha impressão.
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    Muito foco em uma pessoa e uma pessoa é sempre mais fraca que uma organização.
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    A divergência de opinião começou quando Assange decidiu colocar todos os recursos do Wikileaks
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    nos gigantes vazamentos americanos.
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    O que agora se tornou uma grande fonte de descontentamento
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    sobre como a organização deveria funcionar.
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    [Daniel Bormscheitt-Berg] Eu penso que a coisa mais inteligente a fazer seria fazer isso lentamente,
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    passo a passo, para engrandecer o projeto.
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    Isto não aconteceu. O que aconteceu foi selecionar os maiores lançamentos
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    para lançar estes, colocando todos os esforços, todos os recursos,
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    todas as coisas, disponíveis na produção destes lançamentos.
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    Outras vozes se juntaram à crítica.
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    Alguns através de entrevistas anônimas concedidas à mídia.
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    Agora é a vez de Assange de procurar por vazamentos.
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    Este é um trecho de uma conversa entre Domscheit-Berg e Assange:
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    Julian: Foi você?
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    Daniel: Eu não falei com a Nesweek ou outro canal de mídia a esse respeito.
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    Eu falei para pessoas com as quais trabalhamos.
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    Julian: Quem exatamente?
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    Daniel: Eu não tenho que responder.
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    Julain: Você se recusa a responder?
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    Daniel: Encare o fato de que você não tem mais tanta credibilidade lá dentro.
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    Você age como uma espécie de imperador ou mercador de escravos.
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    Se você prega transparência para os outros você tem que ser transparente você mesmo.
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    Você deve satisfazer as mesmas exigências que faz às outras pessoas.
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    E eu acho que foi a partir daí que nós passamos a não mais compartilhar da mesma direção filosófica
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    A discussão encerra com Daniel e muitos outros saindo do WikiLeaks.
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    [Herbert Snorasson] Enfim, isso terminou comigo discutindo com Julian sobre seu comportamento ditatorial,
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    o que acabou com Julian me dizendo que "se eu tivesse um problema com ele,
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    eu poderia simplesmente cair fora".
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    Esses que saíram da organização construíram em silêncio seu próprio site, Openleaks, que vai funcionar
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    sem um editor autoritário e servir exclusivamente como um serviço de publicação online:
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    que permite às pessoas divulgar anonimamente suas informações à mídia.
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    [Domscheitt-Berg] O OpenLeaks é um projeto tecnológico
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    que almeja ser um provedor de serviços para terceiros
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    que têm interesse em veicular material enviado por fontes anônimas.
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    Bem, não me sinto muito inclinado a falar sobre as pessoas,
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    as poucas pessoas,
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    cujos interesses não são mais compatíveis com os do Wikileaks.
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    Mas o que ouvi é que algumas outras pessoas estão contemplando abrir seus próprios websites,
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    com a mesma idéia do WikiLeaks.
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    O que eu considero uma excelente idéia, e lhes desejo sucesso.
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    Eu penso que quanto mais, melhor.
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    O WikiLeaks continua a empreender sua estratégia que leva a uma massiva reação midiática
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    quando a próxima parte do material é publicado.
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    [Ian Overton] Não consigo pensar em nenhum caso em que um canal de notícias via satélite,
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    o serviço mundial de rádio da BBC, canais terrestres, radiodifusores e internet,
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    estão todas trabalhando juntas, ao mesmo tempo, na história.
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    Esta publicação trata sobre a verdade.
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    São arquivos secretos da Guerra do Iraque
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    A Plataforma WikiLeaks...
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    O WikiLeaks publicou cerca de 400 000 páginas de documentos secretos.
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    Bem, quero dizer que em relação às alegações de não interferência
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    quando se trata de casos de abuso de prisioneiros,
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    não são verdade.
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    Os vazamentos do Iraque ganham as primeiras páginas ao redor do mundo.
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    Graças à estratégia de Assange, os furos alcançam um grande impacto
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    que grandemente aumentam os recursos do WikiLeaks.
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    Agora 40 voluntários trabalham quase em tempo integral para a organização,
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    com outras 800 pessoas disponíveis para tarefas específicas.
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    O WikiLeaks agora tem recursos para planejar futuras divulgações.
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    Mas, primeiramente, há a parte final do material dos EUA a ser lançado.
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    [Assange] Para essa última publicação nós escolhemos um método diferente
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    decidimos liberar pouco a pouco, ao invés de tudo de uma vez.
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    Desta vez, no entanto, o novo material contém revelações
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    cujas consequências são bem mais difíceis de avaliar que as de publicações anteriores.
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    Foram lançados - os primeiros de milhares cabos diplomáticos americanos.
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    Os EUA condenam fortemente a divulgação ilegal
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    de informações secretas.
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    Em uma chuva de críticas o WikiLeaks é acusado de ameaçar a paz mundial
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    São eles e seus parceiros da mídia suficientemente competentes,
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    para avaliar as consequências da divulgação de
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    centenas de milhares de correspondências diplomáticas,
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    cobrindo tudo, desde reatores nucleares no Irã,
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    à política interna da Arábia Saudita?
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    Ou novamente se trata de uma questão dos fins justificarem os meios.
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    Para Christian Whiton as coisas são muito mais simples do que isso.
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    Eu penso que o Sr. Assange está mesmo promovendo uma guerra política.
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    Ele não está usando armas, mas também não está simplesmente usando coisas suaves como palavras.
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    Ele está usando informação - empunhando informações contra nós, se você preferir. Isso pra mim é guerra política.
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    De longe o WikiLeaks é uma força para promover o bem. Mas acho que não devemos ser absolutos a esse respeito.
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    O Wikileaks é muito, muito poderoso.
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    E eu acho que as pessoas tem que ser muito cuidadosas com qualquer coisa que seja muito poderosa.
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    O site do Wikileaks pode desaparecer de novo amanhã,
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    ou de repente reaparecer em milhares de outros locais.
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    A História ainda está sendo escrita.
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    E as alegações de estupro estão longe de estarem resolvidas.
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    Algo é claro: o que quer que aconteça, o Wikileaks plantou uma semente,
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    algo que é impossível apagar.
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    Sobre novas formas e canais de disseminar informações secretas,
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    que terão um profundo efeito sobre a transparência.
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    Não só na internet, mas numa ampla dimensão global.
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    O que verdadeiramente aprendi nos últimos 3 anos é que a diferença pode ser feita de baixo pra cima,
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    e não somente de cima pra baixo.
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    [Smari McCarthy] A informação não respeita fronteiras.
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    Estados terão que pensar novas formas de lidar com a informação.
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    Qualquer Estado que falhar nisso deixará de existir.
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    [Whiton] Bem, se vamos ter uma política militar e de defesa, é um pressuposto que a informação seja controlada.
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    Com certeza nós somos uma democracia, nós somos um dos países
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    mais democráticos, acredito, da história do mundo.
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    Mas as informações têm que ser protegidas em certas circunstâncias e negadas ao público.
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    Uma democracia sem transparência não é uma democracia.
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    É apenas uma palavra vazia.
Title:
WikiRebels - The Documentary (4/4)
Video Language:
English
Duration:
13:05

Portuguese, Brazilian subtitles

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